quinta-feira, 28 de julho de 2011
O 13º Salário nunca existiu...
http://www.facebook.com/groups/194786770555341/docs/#!/groups/194786770555341/doc/?id=233649593335725
Nunca tinha pensando sobre este aspecto. Brilhante, de fato!
Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente!
Mas há sempre uma razão para as coisas e os trabalhadores ingleses, membros de uma sociedade mais amadurecida e crítica do que a nossa, não fazem nada por acaso!
Ora bem, cá está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática, mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa.
Lembrando que o 13º no Brasil foi uma inovação de Getúlio Vargas, o “pai dos pobres” e que nenhum governo depois do dele mexeu nisso.
Porquê? Porque o 13º salário não existe.
O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos do poder, quer se intitulem “capitalistas” ou “socialistas”, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.
Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses.
R$ 700,00 X 12 = R$ 8.400,00
Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário.
R$ 8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00
R$ 8.400,00 (Salário anual)
+ R$ 700,00 (13º salário)
= R$ 9.100,00 (Salário anual mais o 13º salário)
... e o trabalhador vai para casa todo feliz com o governo que mandou o patrão pagar o 13º.
Façamos agora um rápido cálculo aritmético:
Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem 4 semanas, significa que ganha por semana R$ 175,00.
R$ 700,00 (Salário mensal)
dividido por 4 (semanas do mês)
= R$ 175,00 (Salário semanal)
O ano tem 52 semanas (confira no calendário se tens dúvida!). Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00.
R$ 175,00 (Salário semanal)
X 52 (número de semanas anuais)
= R$ 9.100,00
O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º salário
Surpresa!!
Onde está, portanto, o 13º Salário?
A resposta é que o governo, que faz as leis, lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.
No final do ano o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.
Se o governo retirar o 13º salário dos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.
Daí que não existe nenhum 13º salário. O governo apenas manda o patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anual.
Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional.
13º NÃO É PRÊMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO.
É SIMPLES PAGAMENTO PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!
TRABALHE PELA CIDADANIA!
CIRCULE ISSO!
quarta-feira, 27 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
O Aborto no Brasil
Um Pouco da História do Aborto
Por motivos óbvios, não sabemos como se comportavam em relação ao assunto do aborto, as civilizações antes da escrita. Mas podemos deduzir que não teriam motivos para restringir a procriação, já que as populações eram pequenas. Portanto para a preservação humana dos grupos seria importante o nascimento. De qualquer forma se alguém desejasse conter uma gravidez, provavelmente usaria métodos como magia, amuletos ou encantamentos.
Conforme Verardo (1987, p.79), as primeiras referências sobre anticoncepção se encontram num papiro egípcio de 1850 A .C., com descrições médicas para evitar a gravidez. Na Mesopotâmia, o código de Hamurábi 1700 A .C., trazia uma inscrição que considerava o aborto como um crime contra os interesses do pai e do marido e uma lesão contra a mulher.
Art. 124 - Provocar Aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art. 125 - Provocar Aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único - Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
II - se a gravidez resulta de estupro e o Aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Situação Problemática
O aborto é um assunto condenado ao emocionalismo, seja qual for a posição dos interlocutores. A igreja segue do lado dos mais moralistas, que tem os argumentos em favor da vida do feto, sem levar em consideração a mulher que gera o feto. Enquanto isto os favoráveis ao aborto, como parte das mulheres, grupos feministas organizados e parte dos homens que, defendem sendo os direitos da mulher que gera, maiores e mais importantes que o do feto. Portanto, qual a influência moral e ética numa gestante ou profissional da medicina que cometeu o aborto?
Hipótese
A influência moral e ética em uma gestante ou do médico que fez o aborto será de acordo com o grupo do qual esta pessoa pertença. Se esta pessoa, pertencer ao grupo dos mais moralistas e da igreja, talvez não faça o aborto. Mas se pertencer ao grupo das feministas, provavelmente se sentirá melhor fazendo o aborto.
Pesquisas na internet.
Bibliografia:
Código Penal BrasileiroPesquisas na internet.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
O Conhecimento Científico
- Explique resumidamente as características do Senso Comum:
O senso comum não especifica as razões ou fundamentos teóricos que demonstram ou justificam seu uso. Não compreende as relações entre os fenômenos. Exemplos: a marcela alivia os males do estômago, digestão, tosse... O açúcar cristal cicatriza ferimentos.
O conhecimento do senso comum está preso à vivência, à ação e à percepção orientadas pelo interesse prático imediatista e pelas crenças pessoais. É um conhecimento subordinado a um envolvimento afetivo e emotivo do sujeito que o elabora – vínculo subjetivo do sujeito com as suas explicações.
No senso comum a vaguidade da linguagem utilizada conduz a um baixo poder de discriminação entre os confirmadores e os falseadores potenciais de seus enunciados – dificulta o controle da avaliação experimental.
Isso impossibilita o Diálogo Crítico para avaliar o valor das convicções subjetivas e o caminho para o consenso.
O CSC é útil, eficaz e correto quando as informações acumuladas pela tradição aplicam-se ao mesmo tipo de fatos que se repetem e se transformam em rotina e quando as condições e fatores determinantes desses fatos forem constantes.
O CSC não proporciona uma visão global e unitária da interpretação dos fenômenos. É um conhecimento fragmentado, voltado à solução dos problemas diários ligados à sobrevivência humana, ele mantém o homem como espectador passivo da realidade, com um baixo poder de interferência e controle dos fenômenos.
- O que é Conhecimento?
“Afinal, o que Conhecimento?
O objetivo deste artigo é construir com o leitor um breve entendimento, através da história, sobre a compreensão das influências de várias teorias do conhecimento estabelecendo parâmetros de avaliação, critérios de verdade, objetivação, metodologia e relação sujeito e objeto para os vários modos de conhecimentos diante da crise da razão que se instaurou no século XX e que há de se prolongar neste presente século, através dos desafios da construção de uma ética normativa compatível com as evoluções das descobertas e do conhecimento no campo científico.
Começamos por conceituar o conhecimento: Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer.
Na Grécia Antiga temos várias visões e métodos de conhecimento:
Sócrates: Estabelecendo seus métodos: ironia e maiêutica.
Platão - Doxa - A ciência é baseada na opinião
Aristóteles - Episteme - A ciência é baseada Observação (Experiência)
I - Teoria do Conhecimento na Antigüidade:
Podemos perceber que os Filósofos gregos deixaram algumas contribuições para a construção da noção de conhecimento:
a. Estabeleceram a diferença entre conhecimento sensível e conhecimento intelectual
b. Estabeleceram diferença entre aparência e essência.
c. Estabeleceram diferença entre opinião e saber
d. Estabeleceram regras da lógica pra se chegar à verdade
II -Teoria do Conhecimento na Idade Média:
1. Na Patrística - Temos a tendência da conciliação do pensamento cristão ao pensamento platônico, sendo seu grande expoente Santo Agostinho.
2. Na Escolástica - Temos a anexação da Filosofia aristotélica ao pensamento cristão, com o estreitamento da relação Fé e razão, sendo seu grande expoente São Tomás de Aquino.
3. Nominalismo - Temos o final do domínio do Pensamento Medieval, com a separação da Filosofia da Teologia através do esvaziamento dos conceitos. Sendo seus expoentes Duns Scotto e Guilherme de Oclkam.
III - Teoria do Conhecimento na Idade Moderna:
A primeira revolução científica trouxe várias mudanças para o pensamento, dentre as quais podemos destacar a mudança da visão teocentrista (Deus é o centro do conhecimento), para visão antropocentrista (o homem é o centro do conhecimento).
1. O racionalismo de René Descartes - O discurso do Método: A máxima do cartesianismo "Cogito ergo sun".
2. O empirismo:
a. John Lock - a experiência
b. David Hume - a Crença
3. O criticismo kantiano: O conhecimento a priori: Universal e necessário.
4. A herança iluminista: A razão.
III - Teoria do Conhecimento na Idade Contemporânea: A Crise da Razão.
O novo iluminismo de Habermas
A razão crítica precisa:
a. Fazer a crítica dos limites
b. Estabelecer princípios éticos
c. Vincular construção a raízes sociais.
CONCLUSÃO:
A construção do conhecimento fundado sobre o uso crítico da razão, vinculado a princípios éticos e a raízes sociais é tarefa que precisa ser retomada a cada momento, sem jamais ter fim.
O assunto é por demais amplo e muito bem discutido por vários filósofos. Nossa pretensão foi apensas de trazer uma reflexão através de um esboço sistemático da história do conhecimento.
Deixamos para apreciação através de uma análise analítica e crítica os principais modos de conhecer o mundo e suas formas de abordagens para se chegar ao conhecimento verdadeiro.”
Modos de Conhecer o Mundo | Critérios de verdade | Objetivação | Metodologia | Relação sujeito-Objeto |
1. O Mito | A Fé | Dogmatismo - Doutrinamento e Proselitismo | A experiência pessoal | Relação Supra pessoal, onde a Revelação do Sagrado se manifesta (revela) sobrenaturalmente ao profano através do rito (Dramatização do mito, ou seja, da liturgia religiosa). |
2. A Filosofia | A razão | A razão discursiva. | A dialética (O discurso) | Relação transpessoal onde a palavra diz as coisas. O mundo se manifesta pelos fenômenos e é dizível através do logos. |
3. O Senso Comum | A cultura ética e moral | A Tradição cultural | As crenças silenciosas (Ideologias) | Relação interpessoal, onde a ideologia estabelecida pelas idéias dominantes e pelos poderes estabelecidos. |
4. A Arte | A estética | Esteticismo = A subjetividade do artista e do contemplador (observador) da arte. | O gosto | Relação pessoal, onde a criatividade e a percepção da realidade do autor e a interpretação e sensibilidade do observador. |
5. A Ciência | A experimentação | Objetividade -Comprovação de uma determinada tese de modo objetivo | A observação | Relação "impessoal", A isenção do cientista diante de sua pesquisa: O mito da neutralidade científica. |
- Como é que surge o Conhecimento Científico? O que impulsiona o homem em direção à Ciência?
O Conhecimento Científico é fruto ou produto da investigação científica.
SURGE:
a) Da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária;
b) Do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricas e da discussão intersubjetiva. É produto da necessidade de alcançar um conhecimento mais seguro;
c) Das experiências e crenças do senso comum.
O homem é impulsionado pela necessidade de compreender a cadeia de relações que se esconde por trás das aparências sensíveis dos objetos, fatos ou fenômenos, captados pela percepção sensorial e analisadas de forma superficial, subjetiva e acrítica pelo senso comum.
RESUMINDO o Conhecimento Científico inicia:
a) com a identificação de uma dúvida – problema;
b) com o reconhecimento de que o conhecimento existente é insuficiente ou inadequado para esclarecer esta dúvida;
c) com a necessidade de uma resposta a essa dúvida;
d) que ela ofereça provas de segurança e de confiabilidade de que é uma boa resposta.
- O que é a Investigação Científica e como é que ela surge?
Investigação Científica é construção e busca de um saber que acontece no momento em que se reconhece a ineficácia dos conhecimentos existentes, incapazes de responder de forma consistente e justificável às perguntas e dúvidas levantadas. Sempre iniciamos uma investigação a partir da crise dos conhecimentos existentes no sentido de modificar, ampliar e substituir os existentes dando assim uma nova resposta à pergunta existente.
A Investigação Científica tem início quando os conhecimentos existentes são insuficientes e impotentes para explicar os problemas e as dúvidas que surgem.
- Em que consiste o Ideal da Racionalidade?
Atingir uma sistematização coerente do conhecimento presente em todas as suas leis e teorias a partir de enunciados lógicos – não contraditórios.
A coerência lógica entre os enunciados, ou entre teorias e leis, é um dos mecanismos que fornece um dos padrões de aceitação ou rejeição de uma teoria pela comunidade científica: os padrões de verdade sintática. Os enunciados científicos devem estar isentos de ambigüidades e de contradição lógica. Incide sobre a forma dos enunciados e serve para avaliar o acordo que existe entre as diferentes teorias utilizadas pela comunidade científica, permitindo o seu diálogo intersubjetivo e possível consenso.
No plano sintético apenas se verifica o grau de logicidade interna ou externa que possui o conteúdo empírico de um enunciado e até que ponto suas afirmações concordam ou discordam de outros.
- Em que consiste o Ideal da Objetividade? Em que se fundamenta?
Pretende que as teorias científicas, como modelos teóricos representativos da realidade, sejam construções conceituais que representem com fidelidade o mundo real, que contenham imagens dessa realidade que sejam “verdadeiras”, evidentes, impessoais, passíveis de serem submetidas a testes experimentais e aceitas pela comunidade científica como provadas em sua veracidade. Esse é o mecanismo para avaliar a verdade semântica.
Os dois fatores que fundamentam a objetividade do conhecimento científico:
a)a possibilidade de um enunciado poder ser testado através de provas fatuais;
b)a possibilidade dessa testagem e seus resultados poderem passar pela avaliação crítica intersubjetiva feita pela comunidade científica.
- Quando um Enunciado Científico é Objetivo?
Para Popper um enunciado científico é objetivo quando, alheio as crenças pessoais, puder ser apresentado à crítica, à discussão, e puder ser intersubjetivamente submetido a teste. Objetivo significa que “o conhecimento científico deve ser justificável, independentemente de capricho pessoal; uma justificativa será “objetiva” se puder, em princípio, ser submetida à prova e compreendida por todos. (...) a objetividade dos enunciados científicos reside na circunstância de eles poderem ser intersubjetivamente submetidos a teste”.
O Conhecimento Científico requer testes experimentais e avaliação de seus resultados feitos de forma intersubjetiva. Os enunciados devem ser contrastados com as manifestações dos fenômenos da realidade – submetidos a testes universais (plano pragmático). A IC é estimulada a criar fundamentos sólidos – testando as hipóteses de uma forma rígida e severa. Usar bons enunciados e métodos confiáveis.
- Em que consiste a Intersubjetividade científica?
A Verdade Pragmática:
A Ciência exige o confronto da teoria com os dados empíricos, exige a verdade semântica, como um dos mecanismos utilizados para justificar a aceitabilidade de uma teoria. A Ciência exige a intersubjetividade (a possibilidade de a comunidade científica ajuizar consensualmente sobre a investigação, seus resultados e métodos utilizados. A intersubjetividade é o terceiro mecanismo utilizado no conhecimento científico e que proporciona a verdade pragmática.
- Com relação à linguagem quais as diferenças existentes entre o Conhecimento do Senso Comum e o Conhecimento Científico?
SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICO
SENSO COMUM
No seu dia-a-dia, o homem adquire espontaneamente um modo de entender e atuar sobre a realidade. Algumas pessoas, por exemplo, não passam por baixo de escadas, porque acreditam que dá azar; se quebrarem um espelho, sete anos de azar. Algumas confeiteiras sabem que o forno não pode ser aberto enquanto o bolo está assando, senão ele "embatuma", sabem também que há determinados pratos, feitos em banho-maria, devem-se acrescentar umas gotas de vinagre ou de limão para que a vasilha de alumínio não fique escura. Como aprenderam estas informações? Elas foram sendo passadas de geração em geração. Elas não só foram assimiladas, mas também transformadas, contribuindo assim para a compreensão da realidade.
Assim, se o conhecimento é produto de uma prática que se faz social e historicamente, todas as explicações para a vida, para as regras de comportamento social, para o trabalho, para os fenômenos da natureza, etc., passam a fazer parte das explicações para tudo o que observamos e experimentamos. Todos estes elementos são assimilados ou transformados de forma espontânea. Por isso, raramente há questionamentos sobre outras possibilidades de explicações para a realidade. Acostumamo-nos a uma determinada compreensão de mundo e não mais questionamos; tornamo-nos "conformistas de algum conformismo".
São inúmeros os exemplos presentes na vida social, construídos pelo "ouvi dizer", que formam uma visão de mundo fragmentada e assistemática. Mesmo assim, é uma forma usada pelo homem para tentar resolver seus problemas da vida cotidiana. Isso tudo é denominado de senso comum ou conhecimento espontâneo.
Portanto, podemos dizer que o senso comum é o conhecimento acumulado pelos homens, de forma empírica, porque se baseia apenas na experiência cotidiana, sem se preocupar com o rigor que a experiência científica exige e sem questionar os problemas colocados justamente pelo cotidiano. Portanto, é também um saber ingênuo uma vez que não possui uma postura crítica.
"Em geral, as pessoas percebem que existe uma diferença entre o conhecimento do homem do povo, às vezes até cheio de experiências, mas que não estudou, e o conhecimento daquele que estudou determinado assunto. E a diferença é que o conhecimento do homem do povo foi adquirido espontaneamente, sem muita preocupação com método, com crítica ou com sistematização. Ao passo que o conhecimento daquele que estudou algo foi obtido com esforço, usando-se um método, uma crítica mais pensada e uma organização mais elaborada dos conhecimentos." (LARA, p 56, 1983).
Porém, é importante destacar que o senso comum é uma forma válida de conhecimento, pois o homem precisa dele para encaminhar, resolver ou superar suas necessidades do dia-a-dia. Os pais, por exemplo, educam seus filhos mesmo não sendo psicólogos ou pedagogos, e nem sempre os filhos de pedagogos ou psicólogos são melhor educados.
O senso comum é ainda subjetivo ao permitir a expressão de sentimentos, opiniões e de valores pessoais quando observamos as coisas à nossa volta. Por exemplo:
a) se uma determinada pessoa não nos agrada, mesmo que ela tenha um grande valor profissional, torna-se difícil reconhecer este valor. Neste caso, a antipatia por esta determinada pessoa nos impede de reconhecer a sua capacidade;
b) os hindus consideram a vaca um animal sagrado, enquanto nós, ocidentais, concebemos este animal apenas como um fornecedor de carne, leite, etc. Por essa razão os consideramos ignorantes e ridículos, pois tendemos a julgar os povos, que possuem uma cultura diferente da nossa, a partir do nosso entendimento valorativo.
Levando-se em conta a reflexão feita até aqui, podemos considerar o senso comum como sendo uma visão de mundo precária e fragmentada. Mesmo possuindo o seu valor enquanto processo de construção do conhecimento, ele deve ser superado por um conhecimento que o incorpore, que se estenda a uma concepção crítica e coerente e que possibilite, até mesmo, o acesso a um saber mais elaborado, como as ciências sociais.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Os Gregos, na antigüidade, buscavam através do uso da razão, a superação do mito ou do saber comum. O avanço na produção do conhecimento, conseguido por esses pensadores, foi estabelecer vínculo entre ciência e pensamento sistematizado (filosofia, sociologia...), que perdurou até o início da Idade Moderna. A partir daí, as relações dos homens tornaram-se mais complexas bem como toda a forma de produzir a sua sobrevivência. Gradativamente, houve um avanço técnico e científico, como a utilização da pólvora, a invenção da imprensa, a Física de Newton, a Astronomia de Galileu, etc.
Foi no início do século XVII, quando o mundo europeu passava por profundas transformações, que o homem se tornou o centro da natureza (antropocentrismo). Acompanhando o movimento histórico, ele mudou toda a estrutura do pensamento e rompeu com as concepções de Aristóteles, ainda vigentes e defendidas pela Igreja, segundo as quais tudo era hierarquizado e imóvel, desde as instituições e até mesmo o planeta Terra. O homem passou, então, a ver a natureza como objeto de sua ação e de seu conhecimento, podendo nela interferir. Portanto, podia formular hipóteses e experimentá-las para verificar a sua veracidade, superando assim as explicações metafísicas e teológicas que até então predominavam. O mundo imóvel foi substituído por um universo aberto e infinito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ciência enquanto um objeto específico de investigação, com um método próprio para o controle da produção do conhecimento. Assim sendo, ciência e filosofia se separam.
Portanto, podemos afirmar que o conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade, pois tem apenas trezentos anos. Ele transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso e objetivo que garanta prever acontecimento e agir de forma mais segura.
Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão.
Desta forma, o cientista, para realizar uma pesquisa e torná-la científica, deve seguir determinados passos. Em primeiro lugar, o pesquisador deve estar motivado a resolver uma determinada situação-problema que, normalmente, é seguida, por algumas hipóteses. Usando sua criatividade, o pesquisador deve observar os fatos, coletar dados e então testar suas hipóteses, que poderão se transformar em leis e, posteriormente, ser incorporadas às teorias que possam explicar e prever os fenômenos.
Porém, é fundamental registrar que a ciência não é somente acumulação de verdades prontas e acabadas. Neste caso, estaríamos refletindo sobre cientificismo e não ciência, mas tê-la como um campo sempre aberto às novas concepções e contestações sem perder de vista os dados, o rigor e a coerência e aceitando, que, o que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada.
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO PARA AUGUSTE COMTE
Para Comte, o conhecimento científico é baseado na observação dos fatos e nas relações entre fatos que são estabelecidas pelo raciocínio. Estas relações excluem tentativas de descobrir a origem, ou uma causa subjacente aos fenômenos, e são, na verdade, a descrição das leis que os regem. Comte afirma: "Nossas pesquisas positivas devem essencialmente reduzir-se, em todos os gêneros, à apreciação sistemática daquilo que é, renunciando a descobrir sua primeira origem e seu destino final".
O conhecimento científico positivo, que estabelece as leis que regem os fenômenos de forma a refletir o modo como tais leis operam na natureza, tem, para Comte, ainda, duas características: é um conhecimento sempre certo, não se admitindo conjecturas, e é um conhecimento que sempre tem algum grau de precisão. Assim, Comte reforça a noção de que o conhecimento científico é um conhecimento que não admite dúvidas e indeterminações e desvincula-o de todo conhecimento especulativo.
"Se, conforme a explicação precedente, as diversas ciências devem necessariamente apresentar uma precisão muito desigual, não resulta daí, de modo algum, sua certeza. Cada uma pode oferecer resultados tão certos como qualquer outra, desde que saiba encerrar suas conclusões no grau de precisão que os fenômenos correspondentes comportam, condição nem sempre fácil de cumprir. Numa ciência qualquer, tudo o que é simplesmente conjectural é apenas mais ou menos provável, não está aí seu domínio essencial; tudo o que é positivo. isto é, fundado em fatos bem constatados, é certo - não há distinção a esse respeito".
CIÊNCIA E VIDA
O termo ciência vem do latim, scientia, de sciens, conhecimento, sabedoria. É um corpo de doutrina, organizado metodicamente que constitui uma área do saber e é relativo a determinado objeto.
O que caracteriza cada ciência é seu objeto formal, ou seja, a coisa observada, porém, o desdobramento dos objetos do saber científico caminhou progressivamente para a especialização das ciências (ato que marcou sobremaneira o século XIX com o advento da técnica e da industrialização). Isto culminaria na perda da visão totalitária do ser e na sua conseqüente fragmentação.
O saber científico necessita de objetividade, na busca da verdade, e também deve possuir método próprio, responsável pelo cumprimento de um plano para a observação e a verificação de qualquer matéria. Entretanto, esse caráter objetivo da ciência, que corresponde aos dados e variáveis coletados, traz consigo uma gama irrestrita de pensamentos, teorias e paradigmas que nos remete para a reflexão bioantropológica do conhecimento, bem como para a reflexão das teorias nos aspectos culturais, sociais e históricos. Não se pode perder de vista que o cientista que investiga as ciências é um ser humano falível e é preciso que as ciências se questionem acerca de suas estruturas ideológicas.
Nesse contexto, a questão "O que é ciência?" ainda não conta com uma resposta científica, considerando que todas as ciências, incluindo as físicas e biológicas, são também sociais. Portanto, têm origem, enraizamento e componente biofísico, o que seu campo de estudo procura renegar, na tentativa de expressar, através de sua especialização, a estrutura do pensamento linear do conhecimento científico. Ou seja, a ciência, com suas teorias e metodologias "salvadoras", não dispõe da habilidade de refletir-se para o autoconhecimento.
Nesse contexto, a questão "O que é ciência?" ainda não conta com uma resposta científica, considerando que todas as ciências, incluindo as físicas e biológicas, são também sociais. Portanto, têm origem, enraizamento e componente biofísico, o que seu campo de estudo procura renegar, na tentativa de expressar, através de sua especialização, a estrutura do pensamento linear do conhecimento científico. Ou seja, a ciência, com suas teorias e metodologias "salvadoras", não dispõe da habilidade de refletir-se para o autoconhecimento.
Dessa forma, não é científico tentar definir as fronteiras da ciência. Não é científico, porque não é seguro, e qualquer pretensão em fazê-lo tornar-se-ia irresponsável.
Fonte: PALESTRA - RENATO RODRIGUES disponível em: http://www.sle.br/
- O que diferencia o Conhecimento Científico das outras formas de Conhecimento?
É a forma especial que adota para investigar os problemas. A atitude, a postura científica que consiste em não dogmatizar os resultados das pesquisas, mas tratá-los como eternas hipóteses que necessitam de constante investigação e revisão crítica intersubjetiva é que torna um conhecimento objetivo e científico. Ter espírito científico é estar exercendo essa constante crítica e criatividade em busca permanente da verdade, propondo novas e audaciosas hipóteses e teorias e expondo-as à crítica intersubjetiva.
O Conhecimento Científico oferece maior segurança e confiabilidade nos seus resultados e maior consciência dos limites de validade de suas teorias.
O que distingue o Conhecimento Científico dos outros é a forma especial que ele adota para investigar os problemas: a atitude, a postura científica que consiste em não dogmatizar os resultados das pesquisas, mas tratá-los como eternas hipóteses que necessitam de constante investigação e revisão crítica intersubjetiva é que torna um conhecimento objetivo e científico.
- Em que consiste o Método Científico e qual a sua importância?
Método Científico: conjunto de procedimentos não padronizados adotados pelo investigador, orientados por postura e atitudes críticas e adequados à natureza de cada problema investigado – é a forma crítica de produzir o conhecimento científico que consiste na proposição de hipóteses bem fundamentadas e estruturadas em sua coerência teórica (verdade sintática) e na possibilidade de serem submetidas a uma testagem crítica severa (verdade semântica) avaliada pela comunidade científica (verdade pragmática).
- O que é Epistemologia ?
“A epistemologia, também chamada teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia interessado na investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético? Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia, embora seu primeiro tratamento explícito seja o encontrado em Platão (427-347 AC), em particular no Theaetetus. Mas primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante - como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna - que a epistemologia tem ocupado um plano central na filosofia.
Um passo óbvio na direção de responder a primeira questão é tentar uma definição. A definição padrão, preliminarmente, é a de que o conhecimento é crença verdadeira justificada. Esta definição parece plausível porque, ao menos, ele dá a impressão de que para conhecer algo alguém deve acreditar nele, que a crença deve ser verdadeira, e que a razão de alguém para acreditar deve ser satisfatória à luz de algum critério - pois alguém não poderia dizer conhecer algo se sua razão para acreditar fosse arbitrária ou aleatória. Assim, cada uma das três partes da definição parece expressar uma condição necessária para o conhecimento, e a reivindicação é a de que, tomadas em conjunto, elas são suficientes.
Há, contudo, dificuldades sérias com essa ideia, particularmente sobre a natureza da justificação requerida para a crença verdadeira equivaler a conhecimento. Propostas competidoras tem sido oferecidas para acolher as dificuldades, ou para acrescentar mais condições ou para achar um enunciado melhor para a definição posta. A primeira parte da discussão que se segue considera essas propostas.
Paralelamente a esse debate sobre como definir o conhecimento há um outro sobre como o conhecimento é adquirido. Na história da epistemologia tivemos duas principais escolas de pensamento sobre o que constitui o meio mais importante para o conhecer. Uma é a escola "racionalista", que mantém que a razão é responsável por esse papel. A outra é a "empirista", que mantém que é a experiência, principalmente o uso dos sentidos, ajudados, quando necessário, por instrumentos, que é responsável por tal papel.
O paradigma de conhecimento para os racionalistas é a matemática e a lógica, onde verdades necessárias são obtidas por intuição e inferência racionais. Questões sobre a natureza da razão, a justificação da inferência e a natureza da verdade, especialmente da verdade necessária, pressionam para serem respondidas.
O paradigma dos empiristas é a ciência natural, onde observações e experimentos são cruciais para a investigação. A história da ciência na era moderna dá sustentação à causa do empirismo; mas precisamente para esta razão, questões filosóficas sobre percepção, observação, evidência e experimento, tem adquirido grande importância.
Mas para ambas tradições em epistemologia o interesse central é se podemos confiar nas rotas que elas respectivamente denominam. Os argumentos céticos sugerem que não podemos simplesmente assumi-las como confiáveis; certamente, elas sugerem que trabalho é necessário para mostrar que elas são confiáveis. O esforço para responder ao ceticismo, portanto, fornece um modo distinto de entender o que é crucial em epistemologia. A segunda parte está concentrada na análise do ceticismo e algumas respostas a ele.
Há outros debates em epistemologia sobre, entre outras coisas, memória, julgamento, introspecção, raciocínio, distinção "a priori- a posteriori", método científico e diferenças metodológicas, diferenças metodológicas, se há, entre ciências da natureza e ciências sociais; as questões consideradas aqui são básicas para todos esses debates.”
Tradução de Paulo Ghiraldelli Jr.
O texto foi traduzido de Grayling, A C. Epistemology. Bunnin and others (editors); The Blackwell Companhion to Philosophy. Cambridge, Massachusetts: Blackwell Publishers Ltd, 1996.
A Epistemologia
A. C. Grayling
Birkbeck College, Londres
St Anne’s College, Oxford
St Anne’s College, Oxford
- O que caracteriza a ciência?
(Fato, Hipótese, Metodologia, Experiência, Demonstração/Fenômeno e Generalização/Verdade)
Lista de aspectos que caracteizam a ciência
Investigação
Pesquisa
Levantamento de dados
Observação
Hipótese
Comprovação
Observação
Hipótese
Comprovação
- Qual a principal preocupação da ciência moderna?
A principal preocupação da ciência moderna é uma procura constante da maneira de evitar o erro é a principal característica do pensamento moderno: a questão do método.
Essa preocupação centraliza as reflexões não apenas no conhecimento do ser (metafísica), mas, sobretudo no problema do conhecimento (teoria do conhecimento ou epistemologia).
- Descreva o método indutivo e o método dedutivo?
MÉTODO DEDUTIVO E INDUTIVO
MÉTODO INDUTIVO: Caracteriza-se pelo processo pelo qual, o pesquisador por meio de um levantamento particular, chega a determinadas conclusões gerais, ou seja, parte-se do específico para o geral.
MÉTODO DEDUTIVO: Caracteriza-se, quando se parte de uma situação geral e genérica para uma particular.
MÉTODO DEDUTIVO
A dedução é o processo mental contrário à indução. Através da indução, não produzimos conhecimentos novos, porém explicitamos conhecimentos que antes estavam implícitos.
O seguinte exemplo mostra a diferença entre os métodos indutivo e dedutivo:
Dedutivo:
Todo o mamífero tem um coração.
Ora todos os cães são mamíferos.
Logo todos os cães tem um coração.
Indutivo:
Todos os cães que foram observados tinham um coração.
Logo todos os cães tem um coração.
- Qual a distinção fundamental na compreensão da natureza entre os gregos e os modernos?
Gregos
Ser é constituído de matéria e forma - estes são princípios indissociáveis.
Matéria: é pura passividade, contendo a forma em potencia. Ex. mármore.
O movimento é a passagem da potencia ao ato. ex. semente, em potência é arvore. Quatro são as causas do movimento: Material, formal, eficiente e final.
Há a necessidade de um primeiro motor - ato puro.
A natureza tende para um fim, em movimento continuo, em virtude de um principio imanente. Ex: corpo pesado tende para baixo.
Aristóteles tem uma concepção Teleológica do universo = tudo tende a um fim. essa concepção é posteriormente criticada pela ciência moderna - séc. XVIII.
O COSMOS = ordem, beleza. CAOS = desordem
UNIVERSO: Finito, limitado pela esfera do céu, no qual não há lugar, nem vácuo, nem tempo.
GEOCENTRISMO: Existem vários modelos geocêntricos. Ptolomaico. A Igreja medieval adotou. Aristóteles adotou o de Eudoxo (400-347 a.c.) cuja ordem é: terra, lua, mercúrio, sol, júpiter, saturno e por fim as estrelas fixas.
ARISTARCO DE SAMOS: propôs o Heliocentrismo, mas foi considerado subversivo.
FILOLAU - pitagórico também propôs o heliocentrismo.
Enfim: Aristóteles não recorreu à experiência, partiu da observação comum.
Modernos
Em vez do saber contemplativo - o saber ativo.
O conhecimento não parte apenas de noções e princípios, mas da própria realidade observada e experimentada.
Saber que retorna ao mundo para transformá-lo
Com isso dá-se a aliança entre Ciência e Técnica.
Os cientistas passam a observar os fenômenos naturais. A fazer novas e crescentes experimentações e a examinar livremente a natureza (experimentação).
Inicia-se a divisão e divergência entre a filosofia e a ciência.
Filosofia = inútil, não resolvia os problemas da humanidade.
A natureza e o homem são como uma máquina (mecanicismo) - Ciência = deveria resolver os problemas, deveria medir o mundo e quantificá-lo.
Conjunto de conhecimentos certos e verdadeiros.
O conhecimento era constatado e comprovado.
Desenvolveu-se em vista do acumulo de teorias e leis.
O processo era linear e continuo, sem retorno, verdades definitivas.
Burguesia necessitava conhecer o mundo para comercializar.
Mundo: forma mecanicista. movimentos sincronizados e perfeitos, visível, experimental, testável, observável.
As explicações são dadas através da observação dos casos particulares. - houve rejeição da intuição como fonte das explicações cientificas.
Método - cientifico experimental substitui o sologístico grego = demonstrativo, argumentativo.
Ciência - Acumulativa - verdades comprovadas e demonstradas. Isso deu origem ao dogmatismo cientifico que culminou com A. Comte. Ele defendia a disciplina da metodologia cientifica nas universidades.
Leonardo da Vinci - experiência e a fonte da verdade.
Nicolau Copérnico - teoria Heliocêntrica.
A terra é um minúsculo grão de areia perdido no espaço.
- Kepler e Galileu - completaram as idéias de Copérnico.
- Versalio, Miguel Sevet e Ambroise - lançaram os princípios científicos da Anatomia.
Galileu e Bacon: método cientifico indutivo- confirmável exige enunciados científicos: a confirmação experimental; não era necessário fazer a revisão critica das hipóteses e teorias; bastava confirmar o experimento; correspondência entre enunciados e os fatos (verdade semântica); descoberta das explicações partia da observação dos fatos; medição e quantificação do mundo através da matemática; visava resultados exatos. O mundo regido por movimento sincronizados e perfeitos (mecanicismo); conhecimento provado (ciência cumulativa); a indução é o critério de demarcação entre ciência e não-ciencia; possibilita o surgimento do dogmatismo cientifico (positivismo).
Galileu: - recusa o método silogístico;
apresenta o método da indução experimental (o conhecimento da lei da natureza a partir da observação);
confirmação pela experimentação;
natureza quantificada matematicamente;
Bacon (1561 – 1626): - um novo instrumento (um método de invenção e de validação em que a experimentação confirme a verdade; parte da experimentação de forma metódica, sistemática usando o controle experimental e a repetição dos experimentos como forma de evitar os erros da indução; - programa o experimento para ser objeto de analise.
- O que é a metáfora de Geton Bachehard, da casa e do apartamento tem a ver com a filosofia nos cursos de administração de empresa?
Fazer o que se gosta
"A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente. Muitos pais, orientadores vocacionais acabam recomendando "fazer o que se gosta", um conselho confuso e equivocado. Empresas pagam os profissionais para fazer o que a comunidade acha importante ser feito, não aquilo que os funcionários gostariam de fazer, que normalmente é jogar futebol, ler um livro ou tomar chope na praia. Seria um mundo perfeito se as coisas que queremos fazer coincidissem exatamente com o que a sociedade acha importante ser feito. Mas, aí, quem tiraria o lixo, algo necessário, mas que ninguém quer fazer?
Toda semana recebo jovens que querem trabalhar em minha consultoria num projeto social. "Quero ajudar os outros, não quero participar desse capitalismo selvagem". Nesses casos, peço que deixem comigo os sapatos e as meias e voltem em uma semana. É uma arrogância intelectual que se ensina nas universidades brasileiras e um insulto aos sapateiros dizer que eles não ajudam os outros. A maioria das pessoas que ajudam os outros o faz de graça.
As coisas que realmente gosto de fazer, como jogar tênis, velejar, e organizar o Prêmio Bem Eficiente, eu faço de graça. O "ócio criativo", o sonho brasileiro de receber um salário para "fazer o que se gosta", somente é alcançado por alguns professores felizardos de filosofia que podem ler o que gostam em tempo integral. O que seria de nós se ninguém produzisse sapatos e meias, só porque alguns membros da sociedade só querem "fazer o que gostam"? Pediatras e obstetras atendem às 2 da manhã. Médicos e enfermeiros atendem aos sábados e domingos não porque gostam, mas porque isso tem que ser feito. Empresas, hospitais, entidades beneficentes estão aí para fazer o que é preciso aos sábados, domingos e feriados. Eu respeito muito mais os altruístas que fazem aquilo que tem que ser feito do que os egoístas que só querem "fazer o que gostam".
Então teremos que trabalhar em algo que odiamos, condenados a uma vida chata e opressiva? Existe um final feliz. A saída para esse dilema é aprender a gostar do que você faz. E isso é mais fácil do que você pensa. Basta fazer seu trabalho com esmero, bem feito. Curta o prazer da excelência, o prazer estético da qualidade e da perfeição.
Aliás, isso não é um conselho simplesmente profissional, é um conselho de vida. Se algo vale a pena ser feito na vida, vale a pena ser bem feito. Viva com esse objetivo. Você poderá não ficar rico, mas será feliz. Provavelmente, nada lhe faltará, porque se paga melhor àqueles que fazem o trabalho bem feito do que àqueles que fazem o mínimo necessário.
Descubra suas habilidades naturais, que permitirão que realize seu trabalho com distinção e o colocarão à frente dos demais. Muitos profissionais odeiam o que fazem porque não se prepararam adequadamente, não estudaram o suficiente, não sabem fazer aquilo que gostam, e aí odeiam e fazem mal feito.
Se você não gosta de seu trabalho, tente fazê-lo bem feito. Seja o melhor em sua área, destaque-se pela precisão. Você será aplaudido, valorizado, procurado, e outras portas se abrirão. Começará a ser até criativo, inventando coisa nova, e isso é um raro prazer.
Faça seu trabalho mal feito e você odiará o que faz, odiando a sua empresa, seu patrão, seus colegas, seu país e a si mesmo."
"Nada que é feito com amor é pequeno ou sem valor." J. Hamilton M. César
No primeiro dia de aula na faculdade, a coordenadora perguntou por que a gente escolheu Terapia Ocupacional. A mulherada empolgada (inclusive eu) começou a dizer que gosta de ajudar as pessoas. Ela deu um sorriso e falou: "Nosso curso é lindo mas, a gente não tá aqui pra ajudar, a gente vai receber pelo nosso trabalho." Entrei pra faculdade com o pensamento de "Vou fazer o que gosto." Chegando lá dei de cara com uma matéria chamada Citologia e Histologia e estou agarrada nela até hoje. Hahaha...”
Amores, gostei tanto desse texto que quero dividir com vocês. Foi escrito por Stephen Kanitz (24/11/2004, revista Veja).
Name: Luiza Lisboa
Lulu, amante da escrita, música e sinceridade. Escreve o que sente, pensa e inventa. Não é perfeita mas possui uma enorme qualidade: Ama, ama e ama! "Não se preocupe em entender, viver ultrapassa todo entendimento." (Clarice Lispector)”””
- O que é um paradigma?
Paradigma (do grego Parádeigma) literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.
Estendendo o conceito
Thomas Kuhn, (1922 - 1996) físico americano celebre por suas contribuições à história e filosofia da ciência em especial do processo (revoluções) que leva a evolução do desenvolvimento científico, designou como paradigmáticas as realizações científicas que geram modelos que, por período mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados.
Em seu livro “A estrutura das Revoluções Científicas” apresenta a concepção de que “um paradigma, é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma”, p. 219 e define “o estudo dos paradigmas como o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade científica na qual atuará mais tarde”, p. 31.
Hoisel autor de um interessante ensaio ficcional, que aborda como a ciência de 1998(?) haveria de se encontrar em 2008, chama atenção para o aspecto relativo da definição de paradigma, observando que enquanto uma constelação de pressupostos e crenças, escalas de valores, técnicas e conceitos compartilhados pelos membros de uma determinada comunidade científica num determinado momento histórico, é simultaneamente um conjunto dos procedimentos consagrados, capazes de condenar e excluir indivíduos de suas comunidades de pares. Nos mostra como este pode ser compreendido como um conjunto de vícios de pensamento e bloqueios lógico-metafísicos que obrigam os cientistas de uma determinada época a permanecer confinados ao âmbito do que definiram como seu universo de estudo e seu respectivo espectro de conclusões adredemente admitidas como plausíveis.
Na comunicação 3 de seu livro “Anais de um simpósio imaginário” Hoisel destaca ainda que uma outra conseqüência da adoção irrestrita de um paradigma é o estabelecimento de formas específicas de questionar a natureza, limitando e condicionando previamente as respostas que esta nos fornecerá um alerta já nos foi dado pelo físico Heisenberg quando mostrou que, nos experimentos científicos o que vemos não é a natureza em si, mas a natureza submetida ao nosso modo peculiar de interrogá-la.
A comunidade científica
Segundo Kuhn uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma e esta “...ao adquirir um paradigma, adquire igualmente um critério para a escolha de problemas que, enquanto o paradigma for aceito, poderemos considerar como dotados de uma solução possível”, p. 60.
Uma investigação atinente à comunidade científica “de uma determinada especialidade, num determinado momento, revela um conjunto de ilustrações recorrentes e quase padronizadas de diferentes teorias nas suas aplicações conceituais, instrumentais e na observação”, (p. 67). Tais ilustrações são “os paradigmas da comunidade, revelados nos seus manuais, conferências e exercícios de laboratórios”, (p. 68)
Ao longo da história pesquisas e observações são realizadas e muitas vezes como se observa, não se adequam (produzem contradições) ao paradigma vigente e dão origem a um novo. O novo paradigma se forma quando a comunidade científica renuncia simultaneamente à maioria dos livros e artigos que corporificam o antigo, deixando de considerá-los como objeto adequado ao escrutínio científico (p. 209).
Denomina-se interacionismo simbólico a metodologia com que se estuda as distintas comunidades científicas e suas relações, autores como Sazz e Goffman por exemplo pesquisaram como o saber psiquiátrico constituiu-se como as relações interpessoais vivenciadas em instituições. A materialidade e o capital investido nas hierarquias das instituições científicas possuem um poder não menos superior à lógica que orienta as pesquisas científicas e referendam os aspectos ideológicos referidos por Marx nas relações desta (a superestrutura) com a infraestrutura econômica que organiza as sociedades.
Essa metodologia das ciências sociais instalou um modo de ser quase paranóico em relação as comunidades de políticos e intelectuais mas não se pode ignorar a fogueira que queimou Giordano Bruno nem os milhões de dólares que se pode adquirir através dos poderosos meios de comunicação de massa difusores das fantasias que orientam o consumo de bens industriais envolvendo desde o consumo de supérfluos até os produtos e serviços médicos.
Na filosofia grega paradigma era considerado a fluência (fluxo) de um pensamento, pois através de vários pensamentos do mesmo assunto é que se concluía a idéia, seja ela intelectual ou material. Após a realização dessa idéia surgiam outras idéias, até que se chegasse a uma conclusão final ou o seu caminho desde a intuição, à representação sensível até a representação intelectual. Pensar que a idéia inicial, tanto a intelecta com o que de fato ocorre, pois não conta com a inspiração e os diversos fluxos de pensamento.
O pensamento por sua vez é um componente da Alma. Para Aristóteles as faculdades da alma são: a Faculdade Nutritiva, a Faculdade Sensitiva e a Faculdade Intelectiva.
Alma Intelectiva (Intelecto). Dessa faculdade intelectiva, somente o Homem é dotado, pois somente ele tem a capacidade de conhecer. Aristóteles, quanto a isso, escreve na sua obra Metafísica: “Todos os homens, por natureza, desejam conhecer” Para Aristóteles “há na sensação algo de conhecimento de tal modo que se pode dizer que a apreensão sensível tem algo de intelectual” .
Na tradição aristotélico-tomista, distingue-se o “Intelecto ativo” a faculdade cognitiva pela qual as impressões recebidas pelos sentidos se tornam inteligíveis, capazes de ser apropriadas ao intelecto passivo do “intelecto passivo” onde são plenamente conhecidas. Resumindo, paradigma são referências a serem seguidas, em Platão, é clara a idéia de modelo.
Em Linguística, Ferdinand de Saussure define como paradigma (paradigmáticas) o conjunto de elementos similares que se associam na memória e que assim formam conjuntos relacionados ao significado (semântico). Distinguindo-se do encadeamento sintagmático de elementos, ou seja, relacionados sintagma enquanto rede de significantes (sintático).
Kuhn Thomas Estrutura das revoluções científicas SP, Perspectiva, 1978
Szaz, Thomas S. A fabricação da loucura. RJ, Zahar, 1976.
Goffman Prisões manicômios e conventos. SP, Perspectiva, 1999
Malufe, José Roberto. A retórica da ciência, uma leitura de Goffman. SP, Educ, 1992
Angell, Márcia. A verdade sobre os laboratórios faramacêuticos - como somos enganados e o que podemos fazer à respeito. SP, Record, 2007
Landmann A ética médica sem mascara. RJ, Guanabara Dois, 1985
Hoisel Beto, Anais de um simpósio imaginário. SP Palas Atenas, 1999 http://www.simposio2008.hoisel.com.br/primeira.html ,Comunicação 3 A treliça dimensional de suporte à totalidade Weisskopf, KetherFoucault M. Arqueologia do saber. RJ, Forense Universitária, 1997.
Latour, Bruno; Woolgar, Steve. A Vida de Laboratório, a produção dos fatos científicos. RJ Relume-Dumará, 1997
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